quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Gestão para o Baixo Carbono


A preocupação com a questão ambiental vem aumentando significativamente e, atualmente, o mundo assiste a construção de um novo modelo econômico em que o carbono surge como uma variável nos processos de tomada de decisão de empresas dos mais diversos setores (Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, 2010, p. 1). O termo “baixo carbono” tornou-se a expressão de ordem para a economia do século XXI, trazendo a necessidade de incorporação das alterações climáticas às estratégias empresariais.

As organizações que não começarem a se interessar pelo assunto correrão sérios riscos de danificar o valor de suas marcas e reputação, não só de forma monetária, mas também quanto à fidelidade de seus clientes (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores, 2009, p. 7). Além disso, perderão uma ótima oportunidade de negócio, na medida em que a aplicação de determinadas tecnologias mais eficientes e com menores emissões associadas podem trazer benefícios econômicos consideráveis, melhorar a gestão de risco e proporcionar novas oportunidades de mercado (CONSELHO EMPRESARIAL PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, 2010, p. 3).

Conforme cita Rocha (2005 apud Lima, 2005, p. 87), os impactos socioambientais das mudanças climáticas alteraram de forma irreversível o ambiente de negócios, deixando vislumbrar um futuro já iminente, em que produtos, serviços e empresas pioneiras, com perfil de baixa intensidade de emissões de GEE, ganharão nítidas vantagens competitivas na preferência de investidores e consumidores, nas linhas de financiamento, no acesso a mercados externos e às licitações públicas.

Além disso, conforme apresentado pelo Instituto Brasileiro Relações com Investidores (2009, p. 101) o não interesse frente às alterações climáticas pode causar problemas de estratégia e reputação para as organizações dos mais diversos setores, fazendo com que aqueles que estejam oferecendo soluções “low carbon” estejam bem posicionados para se beneficiarem, enquanto aqueles que ignoram os riscos jogarão com a possibilidade de serem deixados para trás (CDP, 2009, p. 12) à medida que a sociedade responde à forma como as empresas abordam – ou deveriam abordar – as mudanças climáticas. (KPMG INTERNATIONAL, 2008, p. 18)

Corroborando com tal afirmação, pesquisas sugerem que as mudanças climáticas tornaram-se o principal foco de preocupação dos consumidores, os quais, em certos países, estão prestando cada vez mais atenção ao comportamento das empresas em resposta às mudanças climáticas. Dessa forma, caso os consumidores considerem falha a abordagem apresentada, as corporações correm o risco de perder a confiança e o valor de suas marcas, além da reputação entre as partes interessadas, tais como o setor financeiro, os governos, os funcionários e a mídia (KPMG INTERNATIONAL, 2008, p. 25).

De acordo com Verolme (2008, p. 26), tal impacto sobre a reputação tem peso ainda maior em setores com elevados níveis de emissão e/ou naqueles que interagem diretamente com os clientes, dada a alta sensibilização dos consumidores impulsionada pela ampla cobertura midiática sobre o assunto. Dessa forma, setores específicos, como energia, aviação, bens de consumo, varejo e automobilítistico serão cada vez mais obrigados a agir além das exigências básicas legais para garantir a satisfação e a fidelização de seus clientes e stakeholders.

Diante dos potenciais impactos empresariais e de negócio citados anteriormente, um seleto grupo de empresas no Brasil e no mundo passou a congregar a sustentabilidade às suas estratégias e processos, internalizando a variável ambiental como parte de seu planejamento estratégico e revisando seus paradigmas gerenciais, fabris e de prestação de serviços.

Esta nova postura tem levado as empresas a adotarem diversas diretrizes, normas, metodologias e procedimentos, entre eles a chamada Gestão Voluntária de Carbono.

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